domingo, 20 de novembro de 2016

Salmos 77:15

Com teu braço redimiste teu povo, os filhos de Jacó e de José. (Salmos 77. 15)
Com teu braço redimiste teu povo. Aqui, o salmista celebra, acima de todas as maravilhosas obras de Deus, a redenção do povo eleito, para a qual o Espírito Santo, ao longo de todas as Escrituras, chama a atenção dos verdadeiros crentes, a fim de encorajá-los a nutrirem a esperança de sua salvação. É bem notório que o poder de Deus naquele tempo se manifestava entre os gentios. A verdade histórica, aliás, através dos artifícios de Satanás, foi corrompida e falsificada por muitas fábulas; porém isso deve ser imputado à perversidade daqueles à cuja vista as maravilhosas obras foram operadas; e embora as vissem, escolheram antes cegar seus olhos e suprimir a veracidade de sua existência do que preservar o verdadeiro conhecimento delas. Como é possível explicar o fato de que fizeram Moisés ser não sei que tipo de mágico ou encantador, e inventaram tantas histórias estranhas e monstruosas, as quais Josefo colecionou em sua obra contra Apião, mas que no princípio era seu propósito deliberado sepultar no esquecimento o poder de Deus? Entretanto, o desígnio do profeta não é tanto condenar nos gentios o pecado da ingratidão, como fornecer a eles e a outros dentre os filhos de Deus motivo de esperança quanto a suas próprias circunstâncias; pois no tempo referido Deus exibiu publicamente, para o benefício de todas as eras futuras, uma prova de seu amor para com seu povo eleito. A palavra braço é aqui expressa metaforicamente em lugar do poder de um caráter extraordinário, o que é digno de ser lembrado. Deus não libertou seu antigo povo secretamente e de uma forma ordinária, mas publicamente e, por assim dizer, com seu braço estendido. O profeta, ao chamar as tribos escolhidas de os filhos de Jacó e de José, realça a razão por que Deus os considerou como seu povo. A razão tem por base o pacto que ele fizera com seus piedosos ancestrais. As duas tribos que descenderam dos dois filhos de José derivaram sua origem de Jacó, da mesma forma como as demais [tribos]; porém o nome de José é expresso com o intuito de honrá-lo, por cuja instrumentalidade toda a raça de Abraão foi preservada em segurança.

João Calvino, O livro dos Salmos, volume 3.
20/11/16

Salmos 77:14

Tu és o Deus que fazes maravilhas; tu tens feito notória a tua força entre os povos. (Salmos 77. 14)

Tu és o Deus que faz maravilhas. O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso pobre entendimento os apreenda. Literalmente, as palavras são: Tu és o Deus que faz uma maravilha. Mas o singular aqui evidentemente é usado em lugar do plural, exemplo esse que já vimos antes. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. Por essa razão, ele acrescentou: Tu tens feito conhecida tua força entre os povos. Esta é uma referência imediata ao livramento da Igreja; mas, ao mesmo tempo, mostra que a glória de Deus, que tão clara e poderosamente se exibira entre as nações, não pode ser desprezada sem que se incorra na culpa de imperdoável impiedade.

João Calvino, O livro dos Salmos, volume 3.
20/11/16

“Pois desde a criação do mundo os atributos invisíveis de Deus, seu eterno poder e sua natureza divina, têm sido vistos claramente, sendo compreendidos por meio das coisas criadas, de forma que tais homens são indesculpáveis;” (Romanos 1:20)

A IGREJA, A BÍBLIA E O MUNDO

CONVIDO VOCÊ A ANALISAR comigo a identidade bíblica da igreja de Jesus Cristo e, com isso,
questionar nosso modo de viver.

A Igreja é a comunhão daqueles que se arrependem e confiam no perdão e no amor do Deus Salvador. Daqueles que recebem a Palavra que afirma que Deus Pai conferiu ao Filho, Jesus Cristo, a honra, a força, o poder, o domínio e a glória. A igreja é portadora dessa mensagem que estabelece Jesus Cristo como Senhor, diante de quem todo joelho se dobrará. Para revelar esse senhorio aos homens, ela precisa viver segundo o coração de Deus, submetendo-se a ele, e seus membros, uns aos outros. SERÁ QUE QUANDO O MUNDO OLHA PARA NÓS VÊ UM SINAL DO SENHORIO DE CRISTO ENTRE OS HOMENS?

A Igreja é o Corpo de Cristo, a presença de Cristo na terra. No Advento, ele chega para viver entre nós; e no Pentecostes, para viver em nós. Um presença santa e divina se mistura á humanidade pecadora. Como se estivesse em seu templo, o Senhor da glória habita em nós. Somos convidados a caminhar com ele, estendendo nossas mãos aos famintos, sedentos, encarcerados, doentes e enlutados. SERÁ QUE QUANDO O MUNDO OLHA PARA NÓS VÊ UM SINAL DA PRESENÇA DE DEUS NESTE PLANETA?

A Igreja do Senhor é portadora da mensagem de Deus, que amou o mundo de tal maneira que veio pessoalmente nos acolher, abraçar. É a comunidade de amor que tem um só coração e uma só alma, que espelha no mundo o mistério da diversidade e da unidade da Trindade. Assim, não somente pela qualidade de nossos relacionamentos entre nós, mas também pela capacidade de amar os inimigos, seremos conhecidos como discípulos de Cristo. SERÁ QUE QUANDO O MUNDO OLHA PARA NÓS VÊ UM SINAL DO AMOR DE DEUS POR TODOS OS SERES HUMANOS? 

A Igreja de Cristo é uma família na qual irmãos e irmãs vivem em sujeição e obediência ao Pai celestial. Uma família que tem apenas um Senhor e Chefe, Jesus Cristo, por isso ninguém procura dominar ou controlar o outro; pelo contrário, cada um humildemente considera o outro superior. A Igreja é uma família de famílias. Cada um abriu mão do amor ao poder para se entregar ao poder do amor; para servir, em vez de controlar. SERÁ QUE QUANDO O MUNDO OLHA PARA NÓS VÊ UM SINAL DE HUMILDADE E SOLIDARIEDADE? 

Nesta Igreja não há mais escravo ou homem livre, judeu ou gentio, homem ou mulher porque todos são um em Cristo. SERÁ QUE QUANDO O MUNDO OLHA PARA NÓS VÊ UMA COMUNIDADE INCLUSIVA, LIVRE DE PRECONCEITOS E DISCRIMINAÇÕES?

Igreja é santa, mas composta de membros pecadores. Santa á medida que se reconhece pecadora. Salva, a partir do momento que se considera perdida, pois o Filho do Homem não veio salvar o justo, mas o pecador; não veio para o são, mas para o doente. Igreja que ora é noiva, ora é prostituta. Ela se prostitui ao fazer aliança com o dinheiro, o poder, o orgulho, e quando explora a boa fé do povo. 
Porém, é noiva - ou virgem pura, como disse Paulo - pela ternura de Cristo por intermédio da presença santificadora do Espírito Santo. Somente uma Igreja que se reconhece pecadora e se quebranta diante de Deus pode ser resgatada e restaurada por ele. SERÁ QUE QUANDO O MUNDO NOS OLHA PARA NÓS VÊ SINAIS DE QUEBRANTAMENTO E SANTIFICAÇÃO?

As escrituras são o espelho diante do qual a Igreja deve ver seu rosto verdadeiro. A cada encontro em que abrimos a Palavra, a cada estudo bíblico, a cada pregação, Deus estende esse espelho e nos pergunta SE SOMOS SINAL DO DIVINO NESTE MUNDO CAÓTICO. Um sinal do Senhorio de Cristo, da presença de Deus, do amor da trindade, um sinal de humildade e solidariedade, de santidade, um sinal de quebrantamento.

A Igreja, ao longo da história, guardou viva sua relação com a Palavra. Ela sempre foi bíblica - esta é sua graça. No entanto, nem sempre foi bíblica - esta é sua falta. Porém, deve ser a cada dia mais bíblica - este é seu desafio. Cada vez que abrimos as escrituras, e nosso coração a elas a presença do Espírito, a Igreja tem a chance de se tornar mais bíblica, mais conformada á imagem daquele que nos criou e salvou. QUE O MUNDO POSSA VER NOSSAS OBRAS E GLORIFICAR A DEUS, QUE ESTÁ NO CÉU.

Texto retirado do livro Meditatio, do autor Osmar Ludovico. Pág. 136-139 
Cap. A Igreja, a Bíblia e o Mundo. Editora: Mundo Cristão
Livro Fantástico!

Priscila G. 



segunda-feira, 14 de novembro de 2016

Festa de Casamento

Um casamento não é mera formalidade social. Ele tem um significado bem mais profundo. Primeiro, porque duas pessoas querem fazer votos, promessas e assumir compromissos um com o outro diante de Deus, dos pais, parentes e amigos. Segundo, porque eles também desejam receber a bênção de Deus sobre sua união. Trata-se de um momento de alegria, de encontro, de comida, bebida, bolo, danças. Surgem, então, emoções do fundo da alma, emoções muitas vezes reprimidas pelas agruras do cotidiano.

Não há lugar melhor no mundo de se estar do que numa festa de casamento. Há uma memória inconsciente escondida no fundo da alma que se projeta para uma cena primordial na origem da vida humana. Naquele dia – o sexto, segundo o relato da criação –, Deus fez adormecer o homem e, diante de uma natureza silenciosa e reverente, criou a mulher. Despertado do sono, Adão declama o primeiro cântico da história humana: “Esta sim, é osso dos meus ossos e carne da minha carne! Ela será chamada mulher, porque do homem foi tirada” (Gn 2:23). E caminharam juntos pelo jardim, uniram-se e se tornaram uma só carne.

Numa festa de casamento, nossa memória genética faz contato com essa idade da inocência no Jardim do Éden. Somos tomados por uma misteriosa, intensa e contagiante alegria. A esperança é renovada. Alguns se emocionam e choram. Olhamos para os noivos e nos esquecemos das dificuldades do cotidiano. Acreditamos que o amor é possível, que pode extrair o que há de melhor em nós. É a esperança de ser acolhido, de pertencer, de ser reconhecido. Apesar das mazelas do mundo, nós nos sentimos melhores e, tal como os noivos, acreditamos que a humanidade também pode melhorar.

É também numa festa de casamento que sentimos de modo especial e profundo a presença de Deus e a presença do homem.


• O divino e o humano.
• O sagrado e o profano.
• O eterno e o efêmero.
• O amor absoluto e o amor humano.
• O perfeito e o imperfeito.

Essa presença divina está presente na primeira união, no jardim do Éden; nas bodas de Caná; no diálogo de Cântico dos Cânticos, entre Salomão e a Sulamita. O amor divino é a fonte e a origem de todos os amore humanos. Assim, a alegria, a esperança e a crença no amor não estão relacionadas somente á festa, mas a essa outra presença: a presença do divino, do sagrado, do eterno, enfim, a presença de Deus.

Contudo, eventos festivos não duram. A festa acaba. Segunda-feira acordamos e enfrentamos as dificuldades da vida, e cada um tem suas dores existenciais, emocionais, familiares, profissionais e físicas. A alegria, a esperança e o amor que experimentamos no dia da festa, de forma tão intensa, podem sucumbir. Como, então, proteger e cuida bem desses sentimentos?

Apenas se os votos assumidos pelos noivos servirem de ponte entra essas duas presenças, a divina e a humana. Apenas se pudermos dizer de todo coração, com toda a sinceridade, como toda a convicção: “Senhor nosso Deus, é pra valer! O compromisso que assumimos hoje é para toda a vida, damos nossa palavra diante de ti e dos homens. Queremos resistir a todos os desencontros, queremos guardar a alegria no dia mau, queremos guardar essa esperança na hora do conflito”.

Podemos divergir, desencontrar, enfrentar tensões inerentes a rum relacionamento a dois. Podemos até enfrentar aqueles sentimentos e desejos de desistências, de ruptura, tão próprios de nossa frágil humanidade e sua dificuldade de lidar com conflitos. Mas não podemos deixar de encontrar essa outra presença, diante de quem os votos são assumidos: a presença de Cristo, que, a partir de seu amor incondicional, nos ensina a perdoar, reconciliar e permanecer na alegria, na esperança e no amor.

Dessa forma, durante todos os dias da vida, em qualquer circunstância, os votos apresentados diante do ministro e do Juiz de paz estabelecem uma ponte com a presença amorosa de Deus, a única que pode garantir que a alegria, a esperança e amor sejam perenes. Refiro-me á alegria de amar o diferente, de amadurecer e envelhecer juntos; á esperança que excede a compreensão, uma capacidade de esperar o melhor; e a um amor que não exige perfeição, que respeita, que não obriga o outro a me fazer feliz, que se abre, que é transparente, sem agendas paralelas ou secretas – um amor fiel, que persevera, acolhe e encoraja; aprende, desaprende e reaprende jeitos de amar ao longo da vida; extrai do outro o que ele tem de melhor.

Devemos lembrar sempre que, por maior que seja esse amor, ele não pode preencher o vazio e a solidão que sentimos. Cônjuges são dádivas de Deus, e não seus substitutos. A cerimônia de casamento é o compromisso solene que fazemos com o amor de Deus e o amor um pelo outro, uma consagração para a vida toda, um vínculo indissolúvel. Daí surge o respeito, a fidelidade, o afeto. Venha o que vier, permaneceremos fiéis a Deus e um ao outro.

Hoje tive vontade de fazer uma festa. Vou cozinhar um prato especial, preparar a mesa com a melhor louça, enfeitar com flores e velas, abrir um bom vinho, colocar meus CDs favoritos. Ainda que seja só eu e Isabelle, hoje será dia de festa, com discurso e dança. Festa de renovação de votos de casamento.

Osmar Ludovico, pág. 101-104. Cap. Festa de Casamento. 

sexta-feira, 4 de novembro de 2016

Incredulidade e Idolatria

E disse Jesus, “e não fez ali muitos milagres, por causa da incredulidade deles” (Mt 13:58); “e vemos que não puderam entrar por causa da sua incredulidade”. (Hb 3:19)
Idolatria processo no qual Deus deixa de ocupar o lugar central na vida do homem, para ficar em segundo plano.

A seguir temos um cenário em que Paulo lidou com a idolatria: 
“Então Paulo, estando de pé no meio do Areópago, disse: Varões atenienses, em tudo vejo que sois excepcionalmente religiosos; Porque, passando eu e observando os objetos do vosso culto, encontrei também um altar em que estava escrito: AO DEUS DESCONHECIDO. Esse, pois, que vós honrais sem o conhecer, é o que vos anuncio. O Deus que fez o mundo e tudo o que nele há, sendo ele Senhor do céu e da terra, não habita em templos feitos por mãos de homens; nem tampouco é servido por mãos humanas, como se necessitasse de alguma coisa; pois ele mesmo é quem dá a todos a vida, a respiração e todas as coisas; e de um só fez todas as raças dos homens, para habitarem sobre toda a face da terra, determinando-lhes os tempos já dantes ordenados e os limites da sua habitação; para que buscassem a Deus, se porventura, tateando, o pudessem achar, o qual, todavia, não está longe de cada um de nós; porque nele vivemos, e nos movemos, e existimos; como também alguns dos vossos poetas disseram: Pois dele também somos geração. Sendo nós, pois, geração de Deus, não devemos pensar que a divindade seja semelhante ao ouro, ou à prata, ou à pedra esculpida pela arte e imaginação do homem. Mas Deus, não levando em conta os tempos da ignorância, manda agora que todos os homens em todo lugar se arrependam; porquanto determinou um dia em que com justiça há de julgar o mundo, por meio do varão que para isso ordenou; e disso tem dado certeza a todos, ressuscitando-o dentre os mortos. (Atos dos Apóstolos: 17. 22)
Paulo esteve no meio dos atenienses e enquanto andava identificou-se vários altares aos ídolos Zeus, Hera, Poseidon, Atena, Ares, Deméter, Apolo, Atêrmis, Hefesto, Afrodite, Hermes, Dionísio, entre outros. Eles adoravam diversos ídolos. No entanto, a idolatria não consiste apenas na adoração destes tipos de ídolos. Existem culto a outros ídolos (invisíveis) tais como: vaidade, orgulho, ódio, inveja, relacionamentos. Etc. Além disso, existe um ídolo chamado “incredulidade”. A incredulidade está relacionado ao fato de quando tiramos os nossos olhos de Jesus e colocamos os nossos olhos nas coisas terrenas e nas circunstancias. Será que o Espírito Santo quando vem sondar nosso coração, não tem encontrado diversos altares a outros deuses? Será que em nosso coração não foi levantado vários outros altares? E a mensagem do Espírito Santo a nós e a mesma que Paulo disse aos atenienses, a respeito do “Deus desconhecido”. Precisamos limpar o nosso coração destes altares que nós mesmos construímos, precisamos começar a tirar o deus da incredulidade que tem nos cegado totalmente para as coisas celestiais. Temos adorado tanto este deus que este tem nos afastado do ÚNICO E VERDADEIRO DEUS. Que sejamos como Abrão: 
“e não enfraquecendo na fé, não atentou para o seu próprio corpo já amortecido, pois era já de quase cem anos, nem tampouco para o amortecimento do ventre de Sara. E não duvidou da promessa de Deus por incredulidade, mas foi fortificado na fé, dando glória a Deus” (Rm 4:19,20). 
Amém!
Priscila Grazielle, 
04/11/16

Os doze espias

"Números, cap. 13 Versos 25 a 33 - Ao fim de quarenta dias, eles voltaram de sondar a terra. Ao chegarem, apresentaram-se a Moisés e ...