Tu és o Deus que fazes maravilhas; tu tens feito notória a tua força entre os povos. (Salmos 77. 14)
Tu és o Deus que faz maravilhas. O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso pobre entendimento os apreenda. Literalmente, as palavras são: Tu és o Deus que faz uma maravilha. Mas o singular aqui evidentemente é usado em lugar do plural, exemplo esse que já vimos antes. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. Por essa razão, ele acrescentou: Tu tens feito conhecida tua força entre os povos. Esta é uma referência imediata ao livramento da Igreja; mas, ao mesmo tempo, mostra que a glória de Deus, que tão clara e poderosamente se exibira entre as nações, não pode ser desprezada sem que se incorra na culpa de imperdoável impiedade.
João Calvino, O livro dos Salmos, volume 3.
20/11/16
“Pois desde a criação do mundo os atributos invisíveis de Deus, seu eterno poder e sua natureza divina, têm sido vistos claramente, sendo compreendidos por meio das coisas criadas, de forma que tais homens são indesculpáveis;” (Romanos 1:20)
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