sexta-feira, 9 de setembro de 2016

O Homem do céu, Irmão Yun







Recentemente terminei de ler o livro "O homem do céu" (Irmão Yun com Paul Hattaway).Eu recomendo muito a leitura deste livro. Hoje, em específico, quero compartilhar um trecho do livro que localiza-se no capítulo 26 (praticamente no final do livro).








"O Senhor pode conduzir a vida de um crente de muitas
maneiras, mas estou convicto de que o caminho de todos incluirá, mais cedo ou mais tarde, o sofrimento. Deus nos manda as provações para nos manter humildes e dependentes dele para o nosso sustento.
Em 1 Pedro 4.1, a Bíblia afirma: "Ora, tendo Cristo sofrido na carne, armai-vos também vós do mesmo pensamento; pois aquele que sofreu na carne deixou o pecado". Creio que, quando a dor e o sofrimento crescem, o pecado diminui. Claro que ainda não alcancei o ponto de resolver o problema do pecado para sempre. Continuo reclamando com Deus quando sofro.
O amadurecimento do cristão depende em larga escala de sua atitude quando se defronta com o sofrimento. Alguns tentam evitá-lo ou fingir que ele não existe, mas isso só piora a situação. Outros tentam permanecer inflexíveis até que chegue o alívio. Isso é melhor, mas ainda não é a vitória completa que Deus deseja dar a cada um de seus filhos.
O Senhor quer que aceitemos o sofrimento como um amigo. Precisamos da compreensão profunda de que a perseguição por amarmos Jesus é um ato de bênção de Deus sobre nós. Isso parece impossível de aceitar, mas conseguimos, com a ajuda de Deus. Foi por isso que Jesus falou: "Bem-aventurados sois quando, por minha causa, vos injuriarem, e vos perseguirem, e, mentindo, disserem todo mal contra vós. Regozijai-vos e exultai, porque é grande o vosso galardão nos céus" (Mt 5.11,12).
Podemos crescer até chegar a uma situação de rirmos e nos regozijarmos quando alguém nos calunia, porque sabemos que não somos deste mundo e que nossa segurança está no céu. Quanto mais formos perseguidos por amarmos a Deus, maior será nossa recompensa no céu.
Quando alguém nos difama, devemos nos regozijar e exultar. Quando alguém nos amaldiçoa, devemos retribuir com uma bênção. Quando enfrentarmos uma experiência dolorosa, devemos aceitá-la e, assim, seremos livres!
O mundo não pode atingir quem aprende essas lições.
Deus é minha testemunha de que, em todas as torturas e surras que recebi, nunca odiei meus perseguidores. Nunca. Eu os considerava instrumentos da bênção de Deus e vasos escolhidos por ele para me purificar e me tornar mais semelhante a Jesus.
Algumas vezes, visitantes ocidentais que vão à China perguntam aos líderes das igrejas domésticas em que seminário eles estudaram. Respondemos, brincando, mas com um fundo de seriedade, que fomos treinados no Seminário Devoção Pessoal do Espírito Santo (prisão) durante vários anos.
Ocasionalmente nossos amigos ocidentais não entendem e perguntam:
- Que material didático vocês usam no seminário? Respondemos:
- Só as correntes que prendem nossos pés e os chicotes que marcam nossa pele.
No seminário das prisões aprendemos muitas lições valiosas sobre o Senhor que nunca teríamos aprendido em livros. Ficamos conhecendo a Deus de forma mais profunda. Conhecemos a bondade e a fidelidade dele e seu amor por nós.
Os cristãos presos por amor a Jesus não são os únicos que sofrem. Muitos que ouvem meu testemunho comentam:
- Você deve ter sofrido demais quando estava preso. E eu respondo:
- Nada disso. Eu estava com Jesus e sentia alegria e paz tremendas na comunhão íntima com ele.
Os que sofrem realmente são os que nunca desfrutaram da presença de Deus. O caminho para estar com ele é seguir através de privações e sofrimentos - o caminho da cruz. Nem todos serão espancados e presos pela fé, mas estou convicto de que cada cristão tem uma cruz a carregar em sua vida. No Ocidente pode ser zombaria, calúnia ou rejeição. Quando confrontados com a provação, o segredo não é fugir nem combater, mas sim aceitá-la como amiga. Com isso, sem dúvida, a pessoa experimenta a presença e o socorro do Senhor.
Um filho de Deus que sofre precisa entender que o Senhor permitiu que isso acontecesse. Ele não se esqueceu do sofredor! O diabo não consegue arrancar ninguém das mãos do Pai. Jesus fez uma promessa maravilhosa a seus filhos: "As minhas ovelhas ouvem a minha voz; eu as conheço, e elas me seguem. Eu lhes dou a vida eterna; jamais perecerão, e ninguém as arrebatará da minha mão. Aquilo que meu Pai me deu é maior do que tudo; e da mão do Pai ninguém pode arrebatar" (Jo 10.27-29).
Na primeira vez que fui preso eu questionei e perguntei a Deus por que ele havia permitido que aquilo acontecesse. Aos poucos fui entendendo que ele tinha um propósito mais elevado para mim do que apenas trabalhar para ele. Queria me conhecer, desejava que eu o conhecesse profunda e intimamente. Ele sabia que o melhor jeito de chamar minha atenção era me colocar atrás das grades.
Às vezes fico sabendo da prisão de um cristão das igrejas domésticas. Quando isso acontece, eu digo às pessoas para só orarem pedindo a libertação se Deus revelar com clareza que é isso que ele deseja.
E essencial que o pintinho fique 21 dias aquecido na proteção do ovo antes de sair da casca. Se alguém o tirar um dia antes, ele morrerá. De modo semelhante, os patinhos precisam de 28 dias de confinamento. Se alguém quebrar a casca do ovo no 27º dia, o patinho morrerá.
Há sempre um propósito quando Deus permite que um filho dele seja preso. Às vezes é testemunhar para os demais prisioneiros, em outras é para Deus desenvolver um aspecto do seu caráter. Mas, se usarmos nossas próprias forças para tirá-lo da prisão antes do momento que Deus escolheu, podemos frustrar os planos dele e o crente talvez não esteja totalmente formado, como Deus quer que ele viva.
Muitas vezes me questionam sobre os direitos dos pastores na China. Eles possuem tantos direitos quanto os escravos! Todos neste mundo são escravos, do pecado ou de Cristo. Nossos "direitos" estão nas mãos de Jesus. Precisamos cair de joelhos em dependência completa dele.
Os cristãos chineses apreciam os esforços dos crentes de todo o mundo para ajudar os que são presos ou perseguidos. Contudo toda tentativa de ajudar deve ser coberta por oração e enraizada na vontade de Deus; se não, o único resultado será a piora da situação.
O mundo não tem poder para causar nenhum dano ao cristão que não teme o ser humano."


Este livro impactou minha vida! Fantástico ver a fidelidade de Deus em meio ao Sofrimento! Fantástico ver a dependência do Irmão Yun ao Senhor! Essa é continuação de Atos do Apóstolo, atos de uma fé radical, firme, de alguém que crê de todo o coração, alma e força em Deus. Que o Senhor me ensine a ser mais dependente dele, mais grata a Ele e fiel. 

09-09-16
Priscila Lima 

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